Depois do ritual de iniciação dos "bixos", é chegado o momento das aulas e ai é também o momento de impacto e reflexão: "Mas isso é tão parecido com o colégio, será que é assim mesmo?". Passado algum tempo a resposta para a dúvida acima é sim, é tudo muito parecido; pelo menos na superfície. A partir do contato com os primeiros textos já é possível se descobrir um novo mundo. Alguns podem ir mais a fundo nessa viagem: depende do quanto se quer ir "à base do coelho". Vivenciar a Faculdade é conquistar uma bagagem de experiências que permitem ver as mesmas coisas de antes com um novo olhar.
Ao contrário do que se pensa isso não se conquista apenas pelo estudo solitário, mergulhado nos livros e buscando acumular informações e frases que possam ser citadas em momentos oportunos. Esse novo mundo é conquistado quando há a troca de informações em vários sentidos e níveis, como leitura dos livros indicados e outros que são pegos ao acaso na biblioteca; conversas com professores, amigos e pessoas de outros cursos, participação em grupos, e, é claro, uma, ou algumas, boas noites no bar.
Adquirir uma visão crítica do meio que o cerca, dos processos sociais e de leis que não estão escritas é uma das conseqüências dessas vivências. Porém isso é uma via de mão única, como a pílula vermelha do filme Matrix. Depois de descobrir alguns motivos que tornam a realidade do jeito que a temos, passa a ser difícil conviver com a passividade – começamos a questionar se, no dia-a-dia, não vale a pena passar a ser também autor de nossa própria história, e não mais apenas um ator que recebe o script já pronto dos pais, da escola, da mídia, do trabalho...
Proposta Indecente –Para aqueles que se interessam por discussões, debates, filmes, histórias, conversas sobre a vida e pela busca de uma nova forma de se fazerem as coisas, o Centro Acadêmico Vladimir Herzog é um lugar interessante. Dê uma passada por lá, no 6º andar, e compartilhe suas idéias com o pessoal da chapa vigente, os Mal Educados