segunda-feira, 26 de maio de 2008
eleições cavh
quarta-feira, 21 de maio de 2008
Olho vivo!
Você pode usar MSN na Faculdade? A Vivo pode.
Você pode vender coisas no hall do quinto andar? A Vivo pode.
Shopping Center Líbero
De 26 a 30 de maio, a VIVO montará um mini Oásis no hall do 5º andar da faculdade, que ficará disponível das 8h às 21h.
O Oásis será um espaço decorado em que os alunos terão a oportunidade de utilizar o Windows Live Messenger através do serviço VIVO, em parceria com a Microsoft e a Motorola. O objetivo é apresentar todas as vantagens fornecidas por essa parceria.
segunda-feira, 19 de maio de 2008
apresentação da chapa pro cavh - amanhã!
A chapa moviMENTE é composta por:
Luciana Bobadilha, Gabriela Aurazo, Cláudia Franco, Rafael Pinheiro, Isabella D'Ercole, Natalia Albertoni, Ivan Torraca, Daniel Oliveira, Kali Maya, Bruna Carvalho, Camila Mattoso, Mariana Pasini, Bruna Toni, Rodrigo Vinagre, Karina Betencourt, Raquel Porangaba, Heloiza Camargo, Nathalia Neves e Stella Oliveira.
quarta-feira, 7 de maio de 2008
quarta-feira, 30 de abril de 2008
programação completa!
que rolarão!
Onde?(Senador Felício dos Santos (trav. Conselheiro Furtado), 404. Metrô Vergueiro)
Os valores das inscrições são:
Apenas inscrição: R$ 20, 00
Inscrição+alimetação: R$ 50,00
Inscrição+alimentação+alojamento: R$ 70,00
Quinta feira:
17h-19h- Inscrição e Jantar
9h-22h- Debate sobre Arte e Política com Ivan Delmanto (II Trupe de choque), Ana Rüche (Flap!/ Projeto Identidade), Luciano (Dolores Boca Aberta Mecatrônica de Artes) e Mundano (grafite)
22h em diante - Programação Cultural
Sexta-feira:
08h-09h- Café da manhã
09h-12h- Grupos de Discussão sobre Legalização das drogas, Globalização e resistência e Liberdade de Expressão
12h-14h- Almoço
14h-17h- Oficinas de grafite, vídeo, fanzine e rádio livre.
17h-19h - Jantar
19h-22h- Painel Vale a pena ser comunicador? Como (não) ganhar (n)a vida? com Luciana (jornalista sindical), Anderson (rádio Movimento) e Marcão (radialista)
22h em diante - programação cultural
Sábado:
08h-09h- Café da manhã
09h-12h- Atividades de video, gravação de dvds para os encontristas, minicursos, dinâmicas -
Mini cursos:
Opressões de gênero com Júlia Chequer
Propriedade intelectual e comunicação com Sérgio Amadeu
Opressões de sexualidade com Douglas Alves
Gramsci e Comunicação com Rafael Bellan
12h-14h- Almoço
14h-17h- Painel sobre Qualidade de Formação e Democratização da Comunicação com Hamilton de Souza, Intervozes e Enecos
17h-19h -Jantar
19h-22h-Grupos de discussão sobre Educação e Movimento Estudantil, Educomunicação e Qualidade de Formação do Comunicador nas Universidades pagas
22h em diante - atividades culturais
Domingo:
08h-09h- Café da Manhã
09h-12h- Reunião dos Estados/Regionais/ Planejamento de Ações/ Reunião de GET
12h-14h- Almoço
14h-17h- Reunião Final/Avaliação/Perspectivas
17h-19h - Jantar Atividades de encerramento
19h-22h-Adeus todo mundo e limpeza do espaço.
domingo, 27 de abril de 2008
Deformadores ou transformadores?
O Encontro Regional de Estudantes de Comunicação do Sul e Sudeste 1 foi remarcado, a Comissão Organizadora pede desculpas pela demora da divulgação da nova data do Erecom.
O Encontro será realizado do dia 1 à 4 de maio de 2008, na sede antiga do Sinsprev (Senador Felício dos Santos (trav. Conselheiro Furtado), 404. Metrô Vergueiro).
Os valores das inscrições são:
Apenas inscrição: R$ 20, 00
Inscrição+alimetação: R$ 50,00
Inscrição+alimentação+alojamento: R$ 70,00
Programação
Quinta feira:
17h-19h- Inscrição e Jantar
19h-22h- Debate sobre Arte e Política (lista de convidados e painelistas vai abaixo, assim como de todos os espaços)
22h em diante - Programação Cultural
Sexta:
08h-09h- Café da manhã
09h-12h- Grupos de Discussão sobre Legalização das drogas, Globalização e resistência e Liberdade de Expressão
12h-14h- Almoço
14h-17h- Oficinas 2 e 3
17h-19h - Jantar
19h-22h- Painel "Vale a pena ser comunicador? Como (não) ganhar (n)a vida?"
22h em diante programação cultural
Sábado:
08h-09h- Café da manhã
09h-12h- Atividades de video, gravação de dvds para os encontristas, minicursos, dinâmicas
12h-14h- Almoço
14h-17h- Painel sobre Qualidade de Formação e Democratização da Comunicação
17h-19h -Jantar
19h-22h-Grupos de discussão sobre Educação e Movimento Estudantil, Educomunicação e Qualidade de Formação do Comunicador nas Universidades pagas
22h em diante - atividades culturais
Domingo:
08h-09h- Café da Manhã
09h-12h- Reunião dos Estados/Regionais/ Planehamento de Ações
12h-14h- Almoço
14h-17h- Reunião Final/Avaliação/Perspectivas
17h-19h - Jantar Atividades de encerramento
19h-22h-Adeus todo mundo e limpeza do espaço.
Para informações:
erecomsp08.blogspot.com
Annelize (UEPG) 42 9911-2243
Ju Sada (Cásper) 11 9538-2698
Luiz (Mackenzie) 11 9887-6274
Luka (PUC/SP) 11 8752-2369
Marília (PUC/RS) 51 9694-7303
terça-feira, 22 de abril de 2008
Como participar das eleições do CAVH
O Centro Acadêmico Vladimir Herzog funciona por meio de gestões que tem duração de um ano. Nas eleições do CAVH todos os estudantes têm direito a votar e a montar uma chapa.
As chapas devem ser compostas, no mínimo, por dez pessoas. Os cargos são:
- Coordenador de Relações Públicas;
- Coordenador de Rádio e TV;
- Coordenador de Turismo;
- Coordenador de Jornalismo;
- Coordenador de Publicidade e Propaganda;
- Diretor Social;
- Diretor Cultural;
- Diretor de Imprensa;
- Diretor Administrativo-Financeiro;
- Diretor Educacional;
Outros membros da chapa são classificados como “colaboradores”. Para inscrever uma chapa é necessário: nome completo, RG e curso de todos os membros.
Calendário eleitoral
22 de abril: início do período de propaganda eleitoral;
9 de maio: inscrição das chapas das 11:30 até 12:30 e das 19:00 até 20:00 na sala do CAVH;
26 de maio: fim do período de propaganda eleitoral;
27 e 28 de maio: eleições das 8h00 às 12h00 e das 18h30 às 22h30.
Abaixo está o edital de eleições para o CAVH.
Ainda com dúvidas sobre as eleições?
Reunião dia 29/04 (terça-feira) às 11:30 e às 20:40!
Contato: ca_casper@yahoo.com.br
EDITAL DE ELEIÇÕES DA DIRETORIA DO CENTRO ACADÊMICO VLADIMIR HERZOG
Art. 1º - O Centro Acadêmico Vladimir Herzog, órgão de representação discente da Faculdade Cásper Líbero, declara aberto o processo eleitoral destinado a escolher os seus diretores e coordenadores.
Parágrafo único - As eleições serão realizadas por meio de chapas nos dias 27 e 28 de maio de 2008, das 8h00 às 12h00 e das 18h30 às 22h30, e a eleita tomará posse no dia 1 de junho de 2007, para um mandato de 1 (um) ano.
Art. 2º - Em conformidade com as determinações aprovadas em reunião aberta, a Comissão será composta pelos alunos : Juliana Sada (4ºJoA) e Júlio Delmanto (4º JoC).
Art. 3º - As chapas deverão registrar suas candidaturas na sala do Centro Acadêmico (6º andar) no dia 9 de maio de 2008, das 11h30 às 12h30 e das 19h00 às 20h00.
Parágrafo primeiro - a candidatura é restrita aos alunos matriculados em cursos de graduação da Faculdade Cásper Líbero.
Parágrafo segundo - As chapas devem indicar os nomes destinados a preencher os cargos de:
I. Diretor Social;
II. Diretor Cultural;
III. Diretor de Imprensa;
IV. Diretor Administrativo-Financeiro;
V. Diretor Educacional;
VI. Coordenador de Jornalismo;
VII. Coordenador de Publicidade e Propaganda;
VIII. Coordenador de Rádio e TV;
IX. Coordenador de Relações Públicas;
X. Coordenador de Turismo.
Art. 4º - Em conformidade com o art. 46º do Estatuto do Centro Acadêmico, o voto é direto e secreto, restrito aos alunos de graduação da Faculdade Cásper Líbero. Parágrafo primeiro - Não será permitido o voto por procuração. Parágrafo segundo - No dia do pleito, durante o período de votações, a urna permanecerá imóvel, lacrada, implicando desqualificação de chapa caso um de seus membros a retire de seu local apropriado ou incite a outrem uma ação com o mesmo fim.
Art. 5º - O período de propaganda eleitoral é permitido do dia 22 de abril ao 26 de maio.
Parágrafo único - Os membros que compõem as chapas não podem fazer boca de urna ou estimular terceiros a fazê-lo nos dias do pleito, sob pena a ser decidida pela Comissão Eleitoral conforme a gravidade dos casos.
Art. 6º - Em caso de empate, anular-se-á a votação, sendo convocada uma nova eleição em no máximo cinco dias úteis.
Art. 7º - Em conformidade com o art. 52º do Estatuto do Centro Acadêmico, na hipótese de haver dúvidas quanto a licitude das eleições, através de documento subscrito, assinado por no mínimo um terço (1/3) dos alunos de graduação da Faculdade Cásper Líbero, convocar-se-á uma Assembléia Extraordinária, que nomeará uma comissão de 3 (três) alunos para estudar o assunto.
Parágrafo primeiro - Esta comissão deverá apresentar seu parecer por escrito dentro de cinco dias.
Parágrafo segundo - O parecer da comissão será discutido em Assembléia Geral convocada para este fim. Parágrafo terceiro - Se ficar apurada irregularidades no pleito, convocar-se-á novas eleições, contando 5 (cinco) dias após esta apuração.
Art. 8º - Os casos omissos deverão ser encaminhados para a Comissão Eleitoral que analisará as queixas e dúvidas, apresentando um parecer sobre o assunto em no máximo 5 (cinco) dias.
São Paulo, 22 de abril de 2008
Comissão Eleitoral 2008
Centro Acadêmico Vladimir Herzog
quinta-feira, 17 de abril de 2008
quarta-feira, 16 de abril de 2008
A ocupação da UnB, a esfera pública midiática e a história
"Até que os leões tenham seus próprios historiadores, as histórias de caçadas continuarão glorificando o caçador". (Provérbio africano citado por Eduardo Galeano em "O livro dos abraços")
Nos últimos dias, várias pessoas me procuraram em busca de informações a respeito da ocupação da reitoria da Universidade de Brasília (UnB). Sabedoras do meu apoio ao ato – participando das assembléias e discussões, divulgando notícias e contribuindo, pelo Intervozes, com demandas da comunicação –,estas pessoas me indagaram acerca dos objetivos, das causas e das controvérsias da mobilização.
Dois elementos em comum a praticamente todos os diálogos chamaram a minha atenção. Por um lado, todos os meus interlocutores demonstraram, explícita ou implicitamente, não confiar na cobertura da grande mídia sobre o episódio. Por outro, ouvi de forma quase unânime a referência ao "ressurgimento" do movimento estudantil.
Em relação ao primeiro elemento, a eleição presidencial de 2006 comprovou, com sobras, que os auto-proclamados "formadores de opinião" não mais detêm o poder de influência que outrora tiveram. Tal perda gerou muitos órfãos do "Grande Irmão" que costumava apontar a luz verdade – sem muitas vozes contestadoras – para todas as questões fundamentais. Já há vários anos, cada vez mais vozes se levantam contra a forte hegemonia daquilo que é chamado de PMB (Partido da Mídia Brasileira), de PIG (Partido da Imprensa Golpista), de "mídia gorda" ou simplesmente de grande mídia. Esta perda de credibilidade, porém, deve ser considerada, pelo menos por enquanto, um aspecto conjuntural, ainda que vários indicadores – como a perda crescente da circulação dos jornais tradicionais, a decadente audiência da Rede Globo, ao lado da explosão da "blogosfera" e da crescente proliferação de rádios livres e comunitárias – apontem uma tendência consolidada.
O segundo elemento, o suposto "ressurgimento" do movimento estudantil, pode estar vinculado a um aspecto mais estrutural da nossa comunicação: a capacidade da grande mídia de pautar o debate público, de dizer o que existe e o que não existe no mundo.
"Trata-se tão somente de poder, é claro. No fim. O poder que a mídia tem de estabelecer uma agenda. O poder que ela tem de destruir alguém. O poder que tem de influenciar e mudar o processo político. O poder de capacitar, animar. O poder de enganar. O poder de mudar o equilíbrio de forças: entre Estado e cidadão; entre país e país, entre produtor e consumidor. (...) Trata-se apenas de propriedade e controle: o quem, o quê e o como. E trata-se do gotejar da ideologia, como também do choque do evento extraordinário. Trata-se do poder da mídia de criar e sustentar significados; de persuadir, endossar, reforçar. O poder de minar e reassegurar. Trata-se de alcance. E de representação: a habilidade de apresentar, revelar, explicar; assim como a habilidade de conceder acesso e participação. Trata-se do poder de escutar e do poder de falar e ser ouvido. Do poder de incitar e guiar reflexão e reflexividade. O poder de contar contos e articular lembranças". (Roger Silverstone, "Por que estudar a mídia?".)
Se à mídia hegemônica não é possível esconder a ocupação na UnB, é necessário, então, enquadrar a cobertura sobre o movimento. Reduzir os seus pleitos à saída dos dirigentes corruptos, desviar o debate sobre o significado das fundações para a universidade pública, fingir esquecimento quanto às demandas estruturais.
A todas as pessoas que saudaram o "ressurgimento" do movimento estudantil, respondi com uma pergunta simples: mas quando foi mesmo que ele desapareceu? A provocação era necessária. A primeira imagem que nos vem à cabeça quando escutamos o termo "movimento estudantil" é uma passeata, um protesto, uma "ação direta". Daí a ignorar a atividade cotidiana – e, em certo sentido, a própria existência – desse ator social, pelo fato de não ocorrerem mobilizações amplas e radicalizadas, é um equívoco imenso.
O mundo não é feito de fatos fragmentados e desconexos entre si, como apresenta, via de regra, a grande mídia. O mundo é feito de processos políticos e sociais, que se encadeiam, se sobrepõem e se acumulam no decurso da história. Se a História oficial é um emaranhado de datas, personagens célebres, heróis e mitos, o mesmo não se aplica à história real, construída cotidianamente. Esta é permeada de avanços, retrocessos, contradições, e acertos. Aparece esporadicamente nos registros – livros, mídia e outros –, mas no silêncio derruba muros, arranca grades e constrói barricadas.
Os estudantes e as estudantes da UnB que despertaram a curiosidade ou a atenção da mídia e da sociedade brasileira não surgiram por acaso. Possuem histórico de militância. Suas lutas – sim, há diferentes lutas unificadas numa frente comum na ocupação da reitoria – não começaram com este ato, nem terminarão com ele. Os centros acadêmicos, os coletivos autônomos e os grupos das mais distintas e divergentes inspirações e orientações teóricas continuarão existindo e atuando diuturnamente quando a atual mobilização for encerrada. Os seus objetivos – pontuais e estruturais, táticos e estratégicos – continuarão sendo reivindicados, embora não estejam mais tão presentes nas manchetes de noticiários de imprensa, TV, rádio e portais. E os seus protagonistas continuarão existindo para além das páginas de jornais e Internet. Estarão se comunicando nas ruas, nas praças, nos corredores, nas reuniões, nas salas de aula... porque a grande mídia não é a única comunicação possível.
*Rogério Tomaz Jr. é jornalista, estudante do Mestrado em Comunicação da UnB e integrante do Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação Social.
quinta-feira, 10 de abril de 2008
pesquisa pro novo restaurante da cásper - urgente!
estamos fazendo HOJE (quinta feira) uma pesquisa pra definir o perfil do(s) novo(s) restaurante(s) que irá substituir o Monet. Esse foi o encaminhamento que tivemos na reunião com a diretoria. A partir do perfil que tivermos com a pesquisa, a Fundação vai abrir o processo de concorrência. Eles vão conduzir as negociações mas nós teremos acesso à todos os repasses.
A pesquisa tá rolando nas salas de aula, se alguém não recebeu AVISE!
email do ca: ca_casper@yahoo.com.br
grupo de emails do ca: ca_vh@yahoogrupos.com.br
sexta-feira, 4 de abril de 2008
o fim do boicote
Fica claro, no entanto, que a ausência de boicote não significa fim da mobilização. Mesmo os marinheiros de primeira viagem em discussões internas na Cásper sabem que só nossa pressão e vigilância farão com que as promessas sejam cumpridas.
Para comemorar nosso bem sucedido movimento, a Big Band Boicote (BBB) irá fazer apresentações nos intervalos dessa sexta.
a reunião com a Direção
quarta-feira, 2 de abril de 2008
Boicote também é cultura
LEVAR PARA A VIDA O QUE ESTÁ/VEMOS NO TERCEIRO ANDAR
É ver a arte sendo feita sem pincéis ou tinta, mas com ideais.
Fazer parte dessa história é mais do que simplesmente levantar os braços,
ou gritar quando ouvimos algo que nos faz sentido
É usar daquilo que mais temos de precioso e único:
a Razão.
Mas não brindo à razão que nos leva apenas a criar as ferramentas
que necessitamos para produzir o que necessitamos,
mas à razão crítica, que nos permite ver o mundo de um ponto mais elevando que nosso próprio umbigo e, por isso, ser melhores que do éramos há um minuto atrás.
Vamos levar para a vida o que vemos acontecer no terceiro andar
e andar norteados por nossos ideais.
André Tito de Aguiar, 2º ano de RP
terça-feira, 1 de abril de 2008
A primeira moção de apoio a gente nunca esquece
Moção de Apoio do Centro Acadêmico Benevides Paixão
Representante dos estudantes de Jornalismo, Multimeios e Artes do Corpo da PUC-SP
Gostaríamos de nos solidarizar com os estudantes da Cásper Líbero que se põe em luta e dedicar todo o nosso apoio. Também na PUC sofremos das mesmas mazelas, um salgado não custa menos de 2,50 e o nosso "bandeijão" custa 7,90, como se as exorbitantes mensalidades já não esvaziassem os bolsos dos estudantes. É importante perceber, e o blog de vocês tem cumprido um papel especial nesse sentido, como uma pequena reivindicação expõe uma grande contradição. Uma Fundação mentirosa e autoritária, uma direção covarde e conservadora e estudantes em luta. Essa combinação é velha conhecida do movimento estudantil da PUC-SP. Continuem firmes na luta que qualquer dia aparecemos pra comer um lanchinho não duro no Mané e pra ouvir o jamming da BBB (Boicote Big Band). Quem sabe essa luta de vocês não nos inspira a derrubar o "Bandeijão" da PUC (derrubar é um termo ruim porque o teto de lá já caiu duas vezes, mas esse é o espírito).
Centro Acadêmico Benevides Paixão - Gestão Levante!
boicote firme e forte
Puxão de orelha da Fundação
Na última sexta feira houve uma reunião entre a direção da fundação, a direção da faculdade e o dono do Monet. O encaminhamento da reunião, de acordo com o vice diretor, foi: a direção da faculdade deveria se reunir com DOIS membros do CA (apontados nominalmente) e com o gerente administrativo da faculdade pra decidir o destino do Monet e o que saisse dessa reunião seria acatado pela Fundação, garantia dada pelo superintendete da fundação, já que esse problema (o Monet) seria da Faculdade e não da Fundação.
Antes de marcamos uma reunião pra discutirmos isso pedimos que esse relato fosse formalizado: queriamos apenas uma carta para que pudessemos apresentar a proposta aos estudantes e discutir. A resposta foi: "a Fundação não se pronunciará sobre o assunto, posso entregar a carta em nome da direção da Faculdade".
Quando fomos retirar a carta descobrimos que ela não existia: "a coisa não era bem assim", "não tinhamos entendido direito"...Ué, que aconteceu? Não querem mais se reunir? O que mudou durante o final de semana? Não poderemos mais decidir sobre o futuro do Monet? Não era um problema da Faculdade (apesar de o contrato ser com a Fundação)? Vocês não vão mais acatar o que decidirmos?
Fica aí o exemplo de como funcionam as coisas na Cásper: as decisões são tomadas pela Fundação e Faculdade acata, reuniões são marcadas só pra cumprir o protocolo, promessas são feitas sem o intuito de serem cumpridas, negociações são um teatro e só somos ouvidos com mobilização, com ações e não por cartas, abaixo assinados...
No dia 1ºde abril, convidados a todos da Fundação a dizerem a verdade já que mentiras eles já dizem excessivamente durante todo o resto do ano.
Estreou hoje a BBB!!
BOICOTE TAMBÉM É CULTURA
Em tempo: a Big Boicote Band doou seu cachê para a compra de alimentos e bebidas comunitários nos intervalos.
segunda-feira, 31 de março de 2008
O restaurante vai fechar?
E porque fechar o restaurante e não a lanchonete, já que o restaurante é mais lucrativo, como o próprio pessoal do Monet nos informou? Do que precisamos mais: da lanchonete ou do restaurante? Quem tem poder de decisão sobre isso? O contrato prevê o oferecimento de refeições ou só de lanches?
O episódio se torna ainda mais nebuloso com a informação de que o contrato do Monet já estava vencido desde o ano passado. Se isso é verdade, como está sendo regulamentada a relação entre o Monet e a Fundação?
Um pouco mais sobre as reivindicações do boicote
Que o contrato da rede Monet seja aberto
Os estudantes não podem ter acesso ao contrato de prestação de serviços feito entre o Monet e a Fundação, o C.A.V.H. já tentou ter acesso ao documento, mas declararam que isso era impossível de ser conseguido, o mesmo acontece com o contrato com a empresa de xérox. Sem ter acesso ao contrato não temos como saber se a empresa está cumprindo as suas obrigações e nem qual é o combinado: não sabemos se é um contrato de exclusividade, que tipo de serviço o Monet deve oferecer, quais valores deve cobrar e nem por quanto tempo o Monet tem que prestar serviços.
Que a lanchonete e o restaurante cobrem preços compatíveis com estudantes e funcionários, e que ofereçam produtos e serviços com qualidade e eficiência
Marcos Dantas, superintendente administrativo da Fundação disse que uma das obrigações do Monet é "cobrar preços compatíveis com os da região". A única pequena diferença é que enquanto a Av. Paulista é cheia de executivos, o prédio da Fundação é cheio de estudantes e funcionários. E, mesmo assim, não é necessário muito esforço para encontrar na região restaurantes mais baratos que o Monet.
Precisamos ter uma lanchonete e um restaurante que cobrem preços acessíveis aos freqüentadores da Fundação, é urgente a instalação de um bandejão do mesmo modo que ocorre em outras faculdades (inclusive nas pagas como PUC e São Judas) e em outras emissoras de TV (Band, SBT e RedeTV)
Melhorias nos serviços prestados aos alunos pela Fundação e pela Faculdade
Apesar das altíssimas mensalidades que pagamos não recebemos serviços adequados: os laboratórios de redação estão sempre lotados, os computadores raramente funcionam direito, os laboratórios de edição não atendem as demandas das aulas, não há equipamentos (câmeras, TVs, data-shows) suficientes; em dias de calor algumas salas de aula se tornam inabitáveis; pagamos uma alta multa na biblioteca e não vemos esse dinheiro ser revertido em acervo; os recém trocados elevadores falantes vivem com problemas...
Transparência nas relações da Fundação Cásper Líbero com a Faculdade Cásper Líbero
A Fundação Cásper Líbero é a nossa mantenedora e foi criada com o intuito de garantir a existência da Faculdade, entretanto não sabemos como a relação de fato se dá. Na prestação de contas da Fundação não há uma clara distinção entre o que é da Faculdade e o que é da Fundação: não temos como saber qual é o destino das mensalidades que pagamos, do dinheiro arrecadado com as multas da biblioteca e das taxas da secretaria. Pagamos aluguel para usar alguns andares do prédio, mas, de repente, a Fundação decide fechar a lanchonete que serve a Faculdade e usar aquele espaço para fazer um call center do BestShop Tv ao mesmo tempo em que diz que não tem como fazer um espaço de convivência para os alunos.
Que a direção da Fundação marque uma audiência pública, na semana do dia 31 de março, com os estudantes para discutir as reivindicações acima
Para discutir sobre as questões acima é necessário a Fundação se mostre para os alunos, é necessários que possamos todos conversamos, debatermos e decidirmos sobre o que deve ser feito com a nossa Faculdade. Não queremos nos sentar com um representante da Fundação que não possui poder de decisão nenhum, servindo como um garoto de recados que ouve o que temos a dizer e leva para a direção da Fundação – o que impossibilita que haja uma real discussão e negociação.
SEGUNDA FEIRA TEM ASSEMBLÉIA NOS INTERVALOS (09:40 E 20:40)
sexta-feira, 28 de março de 2008
4º dia do boicote
Assembléia de sexta a noite: pela manutenção do boicote!
Pra saciar a fome da galera e evitar o tão-comodo-mas-ruim-Monet, estamos trabalhando com o Mané - cia de alimentos não duros. Diferentemente do Monet, a comida é fresquinha, não tem fila nem tumulto, muito menos preços orbitantes: cada um contribui com o que quiser - com o dinheiro arrecadado garantimos o próximo x-boicote!
quinta-feira, 27 de março de 2008
BOICOTE AO MONET: 2º DIA
Com mais adesão do que ontem, o boicote ao Monet continuou essa manhã. Numa reunião feita no intervalo os estudantes decidiram manter o boicote até que as reivindicações sejam atendidas - até agora nenhum pronunciamento da Faculdade nem da Fundação.
Enquanto os salgados requentados do Monet esperavam desesperadamente algum comprador rolou um lanche coletivo: sanduíches, esfihas, brigadeiro e torta de queijo.
Quem quiser trazer algo de casa é só botar a mão na massa que depois fazemos uma vaquinha pra cobrir os gastos, que com certeza serão menores do que os do Monet. E pra quem colaborar com a organização do rango, é só aparecer nas reuniões !
quarta-feira, 26 de março de 2008
COMEÇA O BOICOTE AO MONET
Há muito que estudantes, funcionários e professores reclamam dos maus serviços do Monet e de seus preços altíssimos. Mesmo com queixas por parte dos órgãos de “decisão” da Faculdade (CTA e Congregação), a Fundação renovou por mais dois anos o contrato da lanchonete. E de lambuja fechou a unidade do sexto andar. A Direção prometeu (veja cópia do e-mail abaixo) que haveria outras empresas no terceiro andar. Não cumpriu.
Na impossibilidade de qualquer diálogo, nos resta mostrar força para sermos escutados, queiram eles ou não. Ninguém comerá no Monet até que haja uma resposta satisfatória, até que os preços tenham como parâmetro um público consumidor estudantil e não executivo, até que os salgados não sejam duros e “recheados” de massa, até que haja mais funcionários e mais organização para melhor atendimento nos horários de pico.
Participe ativamente do boicote, traga suas idéias e vontade de mudar as coisas (e talvez uma pipoquinha ou pão com manteiga). Enquanto durar o boicote iremos nos reunir na rampa do auditório do terceiro andar para avaliar e organizar as coisas, trazendo cada vez mais gente pro nosso lado, até que Monet e Fundação não tenham outra alternativa que não fazer sua obrigação: nos prover, de forma transparente, um serviço decente a preço justo. Nada mais.
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CARTA DE REIVINDICAÇÃO DOS ESTUDANTES
Não é de hoje que os freqüentadores da Fundação Cásper Líbero encontram dificuldades nas suas dependências. Nos últimos anos, muitas reclamações foram feitas em relação aos serviços, essenciais ao bom funcionamento da Faculdade, Televisão e Rádio. O restaurante e lanchonete Monet - que cobra preços abusivos, possui monopólio no atendimento e não oferece boa qualidade - tem sido apontado como um enorme empecilho, já que não há compatibilidade com nossas necessidades.
Por isso, reivindicamos que sejam tomadas providências para que as funções da Fundação sejam melhoradas. Já houve diversas tentativas de diálogos. No órgão máximo de deliberação da Faculdade - a Congregação -, o descontentamento foi colocado em pauta pelos professores e representantes discentes: alguma providência deveria ser tomada. O resultado foi que a Fundação fechou o outro ponto de serviço do restaurante, sobrecarregando os serviços, e tomou o local para desenvolver suas próprias atividades, estranhas aos interesses da Faculdade. Ainda chegou a anunciar que outra lanchonete seria aberta há meses...
Além disso, não é disponibilizado o contrato com a rede Monet, nem com outras empresas prestadoras de serviços - como Xérox, etc. Nós encontramos grandes dificuldades para xerocar os materiais; perdemos tempo nas filas do Monet atrasando as aulas, e somos multados abusivamente na biblioteca; entre outras coisas. Há uma grande nebulosidade nas contas da Fundação; não conseguimos compreender porque somos obrigados a pagar tanto por esses serviços fundamentais.
Exigimos, assim, os seguintes pontos:
Que no espaço da antiga lanchonete, situada no 6º andar, seja construído um bandejão – aberto a funcionários, professores e estudantes – a exemplo de outras faculdades como PUC, São Judas, Fundação Santo André e também de outras emissoras de TV como SBT e Band;
Que o contrato da rede Monet seja aberto;
Que a lanchonete e o restaurante universitário cobrem preços compatíveis com estudantes e funcionários, e que ofereçam produtos e serviços com qualidade e eficiência;
Melhorias nos serviços prestados aos alunos pela Fundação e pela Faculdade;
Transparência nas relações da Fundação Cásper Líbero com a Faculdade Cásper Líbero;
Que a direção da Fundação marque uma audiência pública, na semana do dia 31 de março, com os estudantes para discutir os as reivindicações acima citadas.
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E-mail da Direção, mandado pelo Centro de Eventos em 29/08/2007:
Comunicamos a alunos, professores e funcionários que, a partir de 1º de setembro próximo, a Lanchonete Monet instalada no 6º andar será desativada, em função de um remanejamento de setores internos da Fundação. Sendo assim, a área de alimentação ficará concentrada no 3º andar, cujo projeto prevê, inclusive, a instalação de outras empresas de alimentação, com o objetivo de ampliar a qualidade de produtos e serviços oferecidos.
A Direção
segunda-feira, 17 de março de 2008
Reunião extraordinária - Monet, xerox, laboratórios
O CAVH convoca todos os casperianos (alunos, funcionários e professores) para debater essas e demais questões relacionadas à infra-estrutura da faculdade em reunião extraordinária, na próxima quarta-feira, dia 19/03, às 11h30 e 18h, na sala do CA.
sexta-feira, 14 de março de 2008
segunda-feira, 10 de março de 2008
Alteração na grade de JO - reunião AMANHÃ
Para discutir as atuais grades, a proposta inicial de modificação e como os estudantes devem participar desse processo teremos uma reunião terça feira (amanhã) às 11:30 e 18:30 na sala do CAVH.
sexta-feira, 7 de março de 2008
texto Enecos - dia das mulheres
Mais do que uma data festiva para a promoção de shows, distribuição de flores e bombons, o 8 de março traz em si uma origem de reivindicações, lutas, greves, passeatas e perseguições. Simboliza, antes de tudo, a luta pela igualdade entre homens e mulheres. Como todas as reivindicações específicas, o combate à desigualdade entre os gêneros é parte de uma luta maior, uma luta pelo fim da sociedade desigual e de classes. A cultura da homofobia, do racismo, do machismo, assim como várias outras são reproduzidas pelo sistema capitalista através de seus vários instrumentos: os meios de comunicação, o estado, a escola, a famílias e outras esferas do cotidiano que reproduzem a cultura de privação da mulher de atividades na esfera pública, a partir do falso mito da inferioridade biológica e da fragilidade.
A abordagem da mulher pela mídia é um tópico que merece atenção especial. Percebemos que os meios de comunicação de massa vêm aniquilando simbolicamente as mulheres. A mídia atua como ferramenta do capitalismo e perpetua o pensamento dominante. É constante, por exemplo, o uso do corpo da mulher como objeto para a venda dos mais diversos produtos, do desodorante às cervejas, das brigas de audiência entre dançarinas do Faustão e as meninas da banheira do Gugu. Dessa forma, a mulher é tratada como apenas mais uma mercadoria, submissa, que está lá para ajudar a vender ou ser vendida.
É direito das mulheres terem autonomia sobre seus corpos e decidirem sobre sua vida, já que são elas quem têm noção clara de seu próprio bem-estar. Portanto, é dever do Estado laico ter uma política pública clara que proporcione acompanhamento da mulher-gestante e garanta a ela o direito de decidir sobre sua saúde e gravidez, com acompanhamento psicológico e estrutural, caso ela opte pelo interrupção da gestação. Tratar a questão como de saúde pública é evitar a morte de milhares de mulheres em virtude de métodos caseiros e clandestinos de abortamento; é salvar vidas e não o contrário. É dever do estado laico garantir o direito de escolha da mulher e não ceder às pressões dos discursos moralistas, religiosos e conservadores das estruturas opressoras presentes na sociedade atual. É dever do estado laico garantir a legalização do aborto!
Entendemos que as diversas esferas de nosso dia a dia exercem um papel relevante na manutenção da ordem vigente, satisfatória à minoria dominante. É no cenário atual de perpetuação da exploração dos (as) opressores (as) contra os (as) oprimidos (as) que a luta feminista nasce no sentido de buscar a transformação da sociedade. É necessário, portanto, que nós, lutadoras e lutadores sociais, nos unamos para combater os ataques neoliberais às mulheres e aos trabalhadores em geral, como as Reforma Trabalhista e da Previdência do Governo Lula, que retiram direitos da classe trabalhadora, e afetam principalmente as mulheres, que compõem a mão-de-obra mais precarizada e super-explorada, recebendo os menores salários e sofrendo uma das maiores explorações da força de trabalho, através da tripla jornada de trabalho. É nosso dever nos posicionarmos contra os levantes conservadores, como o projeto de lei "Bolsa Estupro", que tramita no Congresso e propõe que a mulher grávida por estupro que não interromper a gestação receba um salário mínino mensal durante 18 anos, reduzindo tanto o debate do aborto – como um mero problema financeiro, e não uma escolha da mulher – como o do estupro, fazendo pouco caso de uma das mais perversas experiências de violência de gênero.
O Movimento Estudantil muitas vezes reproduz as diversas formas de opressão contra a mulher. Por isso mesmo não pode se furtar desse debate e da lutar contra essa e qualquer outra forma de opressão. São avanços nessa luta os posicionamentos da ENECOS em 2006 como o Grupo de Estudo e Trabalho que discute a questão das opressões específicas; a organização dos setoriais e dos seus espaços de auto organização, a realização de debates mistos sobre a questão de gênero, a garantia de creches nos fóruns da entidade.
Por isso, hoje as mulheres do Movimento Estudantil de Comunicação vão às ruas em todo Brasil, apropriando-se do seu papel histórico, ajudando a construir novos horizontes para as mulheres e os(as) trabalhadores(as).
Get de Combate às Opressões da ENECOS
segunda-feira, 3 de março de 2008
Mês da mulher - atividades no CAVH
Apesar do 8 de março já estar consagrado como Dia Internacional da Mulher muito do seu significado se perdeu. A data vai além das comuns flores, bombons, tratamentos de beleza e agrados, é uma data política, de resgate e discussão dos problemas das mulheres. A imagem muito divulgada da mulher "moderna" e "independente" não traz à tona as dificuldades e preconceitos encontrados pelas mulheres.
A verdadeira comemoração do Dia da Mulher é feita quando são feitas as discussões sobre a desigualdade entre os sexos, as conseqüências e problemas desse tipo de relação e quando avançamos nos debates sobre a sociedade machista em que vivemos.
Mais do que participar dos atos que ocorrerão no 8 de março, o CAVH propõe uma série de atividades durante todo o mês de março: oficinas, debates, exibição de vídeos para conversar e discutir abertamente com todas e todos!
03/03 (3ªf) a partir do 12h
Oficina de cartazes e fanzines - a mulher na mídia
na sala do CAVH
04/03 (4ªf) 11h30 e 18h
Reunião CAVH
na sala do CA
05/03 (5ª f) a partir do 12h
Oficina de stêncil e camiseta - tragam camisetas, blusas, bolsas, etc. pra serem estampadas!
na sala do CAVH (6º andar)
06/03 (6ªf)
Debate sobre a legalização do aborto
horário e local à confirmar
A programação ainda está em construção e sugestões são muito bem vindas!
C.A. Vladimir Herzog
gestão Mal Educados
sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008
Globo e cia. na ECA
Henrique Costa, para o Observatório do Direito à Comunicação 29.02.2008
Esse é o caso do curso de jornalismo da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP). Há alguns anos, o Departamento de Jornalismo da faculdade promoveu sua primeira parceria com um grande conglomerado de mídia, a Folha de S. Paulo. Desde então, as parcerias se estenderam a outras empresas – Editora Abril e, a partir deste ano, as Organizações Globo – e também à organizações não-governamentais como a Agência de Notícias dos Direitos da Infância (Andi), onde participam de disciplinas chamadas optativas livres, cuja escolha fica a critério do aluno, mas sem a obrigação em cursá-la.
O modelo, apesar de parecer consolidado, ainda gera polêmicas e questionamentos no ambiente universitário. Um sinal de que as disciplinas co-patrocinadas ainda não foram totalmente digeridas na universidade é a iniciativa recente do Centro Acadêmico Lupe Cotrim (Calc), dos alunos da ECA, em promover, por conta própria, um curso “anti-Globo”. Em resposta ao modelo adotado, o Calc pretende traçar um histórico da emissora da família Marinho e, a partir disso, questionar as prioridades da universidade. Incongruentes, a seu ver, com o caráter público e a crítica que devem estar presentes no curso.
“Se os coordenadores do curso avaliam que ele tem deficiências, a opção é pelas parcerias”, afirma Tatiane Klein, do centro acadêmico. “Quando um professor especialista em alguma área deixa a disciplina, não há quem o substitua”, continua. O que levaria a crer que, se não há parceria, não há substituto. Um exemplo é a disciplina “Jornalismo Sindical”, que não existe desde 2003, quando faleceu o professor e jornalista Jair Borin.
Para o professor José Coelho Sobrinho, coordenador do curso de jornalismo da ECA e responsável pela implantação das parcerias, o modelo adotado pelo curso é positivo porque possibilita aos alunos tomar contato com as experiências da grande imprensa. Mas ressalta que ninguém é obrigado a cursá-las. “As parcerias são feitas de acordo com a necessidade de formação do aluno e contemplam a pluralidade que o curso deve ter”, afirma Coelho.
Em formato de “estudos de caso”, a Folha patrocina uma disciplina sobre imprensa diária, enquanto a Abril se dedica a ensinar “edição de texto em revista”. Já a Globo começará, depois de cinco anos de negociação, com um curso sobre “jornalismo em televisão”.
Responsabilidade de quem?
A Rede Globo tem um departamento específico para promover o intercâmbio com as universidades, o “Globo e Universidade”. Andréa Pansani, responsável por acompanhar a parceria com a ECA, conta que, para a Globo, a idéia é promover “uma troca permanente de experiências e idéias com as universidades” e que o projeto “contribui para a geração de conhecimento sobre televisão no país e com a formação de futuros profissionais”.
Para o professor Hamilton Octavio de Souza, chefe do Departamento de Jornalismo da PUC-SP, “A Globo tem procurado estabelecer boas relações com as universidades, cumprindo seu papel de relações públicas. O problema é a instituição aceitar isso, é a desmoralização da universidade. Se ela acha que uma empresa privada pode fazer melhor, então fecha”. De fato, o que se questiona não é o interesse das corporações, mas sim a opção da universidade.
Segundo o professor da PUC paulistana, é importante que os alunos tenham contato tanto com a grande imprensa quanto com veículos independentes, mas rechaça qualquer tipo de parceria como as que são feitas na ECA-USP. “Abrimos espaço para conhecer as empresas, não só as grandes. Mas não abrimos a grade do curso para esse tipo de coisa”.
As disciplinas feitas em parceria têm uma descrição e um programa previamente definidos, acessível a qualquer um, no sistema eletrônico de graduação da USP. Além disso, contam também com um professor responsável, assim como qualquer outra. Mas dentre as várias acusações feitas pelo centro acadêmico está a de que, na prática, quem determina o programa é a empresa e quem conduz o curso são os seus profissionais.
O professor Coelho garante que a universidade, através do seu Departamento de Jornalismo, não abdica de decidir a respeito do curso. “As disciplinas têm professores encarregados, que podem vir a convidar os profissionais das empresas. A universidade não abre mão de definir seu currículo”. Já para a Globo, a disciplina é ministrada por “ambos”. Mas é ao consultar os alunos que cursaram as disciplinas co-patrocinadas que se tem uma visão mais objetiva da questão. E não só isso. É possível também obter um pequeno retrato da universidade hoje.
Estudo de caso
Marjorie Rodrigues, aluna do 3º ano de jornalismo da ECA, revela que pretende trabalhar com jornalismo diário no futuro, desejo mais do que recorrente entre os alunos do curso. Resolveu cursar a disciplina “Estudo de caso – Imprensa diária”, sem saber que ela seria coordenada pela Folha de S. Paulo. Marjorie gostou do curso, mas, com razão, achava que era outra coisa. Afinal, quem organizou o curso foi o próprio programa de treinamento do jornal. “No Júpiter [o sistema de matrículas da USP] pareceu que iríamos analisar vários jornais impressos. Só no primeiro dia eu soube que seria uma série de palestras com editores e repórteres da Folha. Mas, no fim, foi uma disciplina legal, eu gostei de fazê-la”.
A futura jornalista conta com detalhes a respeito da experiência na disciplina da Folha. “No trabalho final, tínhamos de analisar a cobertura que eles fizeram de um determinado evento e ressaltar seus pontos negativos e positivos. Para esse trabalho, era imprescindível que falássemos pessoalmente com pelo menos um dos jornalistas que participaram da cobertura”. O professor “responsável” pela disciplina era justamente José Coelho Sobrinho. “Não sei o quanto ele se envolvia ‘nos bastidores’, mas me parecia que a Ana [Estela de Souza Pinto, coordenadora do trainee da Folha] decidia as coisas no curso”, conta Marjorie.
Assim como no caso da Folha, o programa da disciplina “Edição de texto em revista” coordenada pela Editora Abril, também não seria facilmente identificável antes da primeira aula. É o que conta Rodrigo Barros Martins, aluno do 3º ano. “O programa da disciplina não correspondia ao do sistema Júpiter. Na verdade, o programa era pautado pelos jornalistas ‘responsáveis’ pela aula, já que a disciplina era uma espécie de workshop com um jornalista diferente por semana falando sobre temas genéricos do jornalismo e relacionando-os com sua experiência profissional”. A avaliação era feita por repórteres recém-saídos do Curso Abril de Jornalismo.
Com uma boa dose de naturalidade, Marjorie faz ainda um comentário que revela um sentimento cada vez mais comum dos estudantes em relação a seus cursos. “Acho que, em termos práticos, foi melhor do que algumas disciplinas ‘laboratório’ que a gente teve”. Seria o caso, então, a partir do que defendeu então o chefe de departamento da PUC, de fechar o curso de jornalismo na USP?
Onde mora o problema?
É inegável que as universidades, sobretudo as públicas, não devem misturar seus objetivos aos do mercado. Afinal, se a educação não é uma mercadoria (mesmo que alguns insistam no contrário), ela deve ser crítica, inclusive, do próprio mercado. Exatamente por isso, sem juízo do mérito, o que acontece na USP e em outras universidades brasileiras naturalmente deve ser questionado.
Para o professor Coelho, não há necessariamente incongruência nesta complicada relação entre público e privado. “Crítica não quer dizer condenação. É louvável que eles venham até aqui discutir o seu projeto”, diz, se referindo às empresas e às organizações não-governamentais. Quando perguntado por que outras mídias, alternativas, não têm o mesmo espaço, ele responde: “Só precisa haver oportunidade. O curso é pluralista e está aberto para quem se interessar”, diz Coelho. Já Hamilton, da PUC, acha estranho que uma universidade pública entregue para as empresas a função de ensinar. “As empresas têm sua forma de atuação pelas regras do mercado e a universidade tem que buscar conhecimento independente e crítico, inclusive da grande imprensa”.
Assim pensa também o estudante Rodrigo. Apesar de achar que as parcerias não ferem a autonomia da universidade, ele entende que as empresas não podem ditar as regras. “Acho que a participação das empresas nos cursos pode ser organizada de outra forma. Talvez em palestras, seminários e debates, ou até possuindo uma disciplina que tenha a supervisão rígida do professor responsável. A estrutura da disciplina deve condizer com o perfil do profissional que a universidade quer formar”, conclui.
“Queremos que o departamento diga qual é o critério que mostra a necessidade da parceria. Não somos contra ninguém, mas contra o fato das parcerias servirem para tapar buracos do curso”, afirma Tatiane, do centro acadêmico dos alunos da ECA. O que acontece na USP, entretanto, não é um caso isolado. Mas não se trata apenas de um problema financeiro. Falta também à universidade encontrar seu lugar no mundo contemporâneo e descobrir para quê forma seus estudantes.
quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008
Debate Opressões
Quantos negros estudaram com você até hoje? Quantas propagandas e capas de revista você viu que não tratam a mulher como objeto? Quantas ironias sobre homossexuais levantaram risadinhas na sua sala essa semana?
Nesta quinta-feira o CAVH irá realizar um debate sobre Opressões. A idéia principal é introduzir o tema aos estudantes de maneira mais ampla e contar com uma análise da sociedade pela visão de grupos oprimidos no seu cotidiano, como os negros, mulheres e homossexuais.
Não há justiça sem direitos iguais para todos. Não há igualdade sem respeito às diferenças. Venha debater com a gente!
28 de fevereiro, às 10:00 e 19:00 / sala Aloysio Biondi (5º andar)
Participantes:
manhã: Luka Amorim (Executiva Nacional dos Estudantes de Comunicação Social - ENECOS), Rachel Moreno (Observatório da Mulher) e Douglas Santos Alves (GLBTT)
noite: Maria Augusta Dib (Pastoral da Mulher Marginalizada), Caroline Rodrigues (GLBTT) e Gegê (Conlutas)
segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008
Grupo de Discussão
terça-feira, 19 de fevereiro de 2008
mais puc - carta de Hamilton Octávio de Souza
Peço licença para me dirigir aos colegas na primeira pessoa. Em primeiro lugar, para desejar um bom ano de atividades para todos, no desempenho de nossas funções profissionais. Em segundo lugar, para confessar que é muito difícil escrever para um jornal da comunidade, como é o PUCViva, há mais de dez anos, sem abordar os assuntos que pautam a nossa realidade mais próxima, que faz parte do nosso dia a dia e que interfere diretamente no nosso trabalho – por mais delicados ou incômodos que sejam tais assuntos.
Não dá para escamotear, por exemplo, que reiniciamos o ano letivo no mais completo caos administrativo. Não conseguimos, em 60 anos de história, dominar questões básicas como providenciar listas corretas de alunos, programar o número de turmas, distribuir salas para todos os cursos, ter uma definição mais clara dos contratos dos professores. Este ano a PUC se superou: inúmeros alunos pagaram a matrícula, mas não estão nas listas; alunos transferidos continuam em situação anterior; o número de alunos nas turmas continua indefinido. Afinal, quem deve ser responsabilizado, por essa situação constrangedora para os professores, desgastante para os alunos e altamente corrosiva para a imagem da Universidade?
Não dá para ignorar também que a Reitoria decidiu levar adiante o processo de retaliação contra os estudantes que ocuparam a sala da Reitoria em novembro do ano passado. Várias instâncias da Universidade (departamentos, conselhos departamentais, conselhos de centro) aprovaram em seus colegiados manifestações contrárias à repressão e à punição, em defesa do diálogo e do entendimento entre os segmentos da Universidade e a sua direção. No entanto, na ânsia de crucificar os estudantes, enveredou por um caminho extremamente perigoso para a PUC e a comunidade, algo que exige de todos nós professores alguma reflexão e uma tomada de posição.
Vejamos. Não quero parecer chato, intolerante, sectário ou radical. Quero apenas verificar, com o máximo de isenção, se o que está acontecendo é normal e aceitável ou não. Primeiro, a Reitoria aceitou uma sindicância realizada de 3 a 26 de dezembro e que tem apenas depoimentos dos seguranças da Graber, que agem como arapongas e alcagüetes – e não como inspetores de alunos ou guardas patrimoniais. Nessa sindicância, os alunos não foram ouvidos, não prestaram depoimentos, mas foram relacionados como culpados. Invoco aos ensinamentos do Direito se tal procedimento segue princípios jurídicos e éticos, de tal maneira que possam ser legitimados e respeitados pela comunidade? Sei que os Estatutos da PUC não foram respeitados, mas pergunto: a decência foi respeitada?
Esse procedimento lembra muito bem outros processos que envergonham a história da humanidade, como os da ditadura militar no Brasil montados com base nos informantes do SNI; os da URSS stalinista organizados pela KGB; e os presididos pelo senador Joseph McCarthy, com depoimentos forjados e obtidos de maneira coercitiva e ardilosa, para incriminar supostos suspeitos de conspiração comunista contra os Estados Unidos. A comunidade está disposta a silenciar diante de uma perseguição escancarada e métodos macartistas de atuação?
Conforme os depoimentos de vários alunos, durante a matrícula, em janeiro e fevereiro, eles foram ameaçados de perder bolsa de estudo por participação na ocupação, ou foi negado a eles a renegociação da dívida pelo mesmo motivo. Faz sentido que um estudante que tenha qualquer participação política no movimento estudantil seja “lembrado”, pela alta direção da Universidade, de que ele é um “pobre” bolsista ou um “devedor” das mensalidades. Tais práticas devem ser consideradas normais e saudáveis no nosso meio?
Acho, no entanto, que o fato da maior gravidade é o uso de informações acadêmicas, retiradas da sala de aula e da relação do professor com o aluno, para fins estranhos ao processo ensino-aprendizado. Fico imaginando como deve se sentir um professor da PUC ao saber que a nota baixa que ele deu a determinado aluno, não apenas faz a avaliação do desempenho escolar do aluno, mas serve como elemento de reforço punitivo por sua participação política dentro da Instituição. Ou seja, a Universidade está sendo ética e reforça a democracia interna quando utiliza contra os alunos informações reservadas da esfera acadêmica? Isso não deixa caracterizada uma odiosa perseguição contra alguns estudantes, inaceitável do ponto de vista legal e moral?
Os fatos da nossa realidade indicam que algo de muito ruim contamina as entranhas da PUC. Imagino e não consigo admitir que o que vem ocorrendo hoje pudesse ter existido nas gestões de outros reitores, como a da Dona Nadir Kfoury e dos professores Luiz Eduardo Wanderley, Leila Bárbara, Joel Martins e Antonio Carlos Ronca. Não creio que eles tivessem aprovado uma sindicância desse tipo ou endossado que os prontuários acadêmicos dos alunos fossem usados – por outras instâncias – para punir os próprios alunos. Não creio.
Temo que essa degradação de valores acabe desmoralizando o nosso próprio trabalho de professores. É muito lamentável.
Hamilton Octavio de Souza,
Diretor da Apropuc (Associação dos professores da PUC)
18.02.2008
__._,_.___
segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008
Repressão na PUC
A Reitoria instaurou neste início de ano um Processo Administrativo contra os alunos que ocuparam sua sede em 2007. A comissão processante é presidida pelo professor Rubens Arai, da Faculdade de Direito, e conta ainda com os professores Silas Guerriero (Teologia) e Eliana Faleiros (Direito). Os trabalhos começaram no início de janeiro, mas foram suspensos em razão do período de férias.
MOVIMENTO
O ano de 2007 foi marcado por tensões em torno da discussão sobre o processo de reestruturação da universidade, denominado Redesenho Institucional, pela gestão da reitora Maura Véras. Tal processo prevê uma profunda mudança organizativa que altera todo o funcionamento da universidade. Desde o primeiro semestre do ano passado, os CAs, as associações de professores e funcionários solicitaram à Reitoria e à Cori (Comissão do Redesenho Institucional), formada por alguns conselheiros do Consun, que o processo fosse realizado de maneira ampla, agregando todos os membros da comunidade. Isso porque, durante todo o processo, a participação no Redesenho restringiu-se a contribuições pela Internet e pequenas palestras que não conseguiram agregar todo o conjunto de professores, funcionários e estudantes ou promover debates que contassem com vozes dissonantes.
segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008
análise bem educada - José Arbex
José Arbex Jr.
Não se trata de uma crise qualquer; a crise estadunidense expõe a olhos nus o frágil edifício sobre o qual se construiu a chamada “globalização”
A crise atual do capitalismo mundial é evidenciada, entre outras coisas, pelo “estouro” do sistema de créditos imobiliários nos Estados Unidos e pelo prejuízo de 10 bilhões de dólares registrado pelo Citibank, o maior desde 1945. Não se trata de uma crise qualquer, nem de “mais uma” entre tantas outras: de fato, ameaça transformar-se em uma quebra de grandes proporções. O espectro de 1929 assusta o mercado financeiro e expõe a olhos nus o frágil edifício sobre o qual se construiu a chamada “globalização”.
Nos Estados Unidos, centro do capitalismo mundial, centenas de milhares de famílias endividadas não têm mais de onde extrair recursos para pagar suas dívidas, especialmente numa situação em que mesmos os economistas mais “otimistas” admitem a chegada da recessão. Várias cidades do meio-oeste estadunidense apresentam hoje um cenário desolador, semelhante ao de Detroit, a antiga orgulhosa capital do automóvel, com prédios e casas abandonadas. Sãos os primeiros sinais visíveis da falência de um sistema que, ao longo dos anos 90 e início do novo século, transformou a economia em cassinos abertos ao capital especulativo.
Como resume o historiador e economista Robert Brenner, colaborador da New Left Review: “Os anos desde o início do atual ciclo econômico, iniciado no começo de 2001, foram os piores entre todos. O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos foi o mais lento para qualquer intervalo comparativo, desde o fim dos anos 40, ao passo que a instalação de novas fábricas e equipamentos e a criação de empregos mantiveram-se, respectivamente, em níveis 1/3 e 2/3 inferiores à média geral do período pós-guerra. Os salários reais para os trabalhadores empregados diretamente na produção, cerca de 80% da força de trabalho, foram praticamente achatados, mantendo-se no nível de 1979.”
Panela de pressão
O quadro geral não é muito diferente na Europa e no Japão. As manifestações dos jovens pobres que vivem nos subúrbios de Paris e de outras cidades francesas foram, corretamente, interpretadas como o “apito da panela de pressão” que ameaça estourar na Itália, na Alemanha, em Portugal e Espanha. Não é o caso, aqui, de explicar em detalhes os mecanismos da crise, mas sim de assinalar que o domínio do capital financeiro e especulativo sobre a economia real assegurado pelo neoliberalismo – isto é, o domínio do jogo de pôquer travado nas Bolsas de Valores e sistemas financeiros mundiais sobre a indústria e a produção de bens materiais – trouxe o mundo à beira do abismo.
A China, cujo maior parceiro comercial são os Estados Unidos, também sente a ameaça representada pelos efeitos da recessão, podendo multiplicar o estrago em escala planetária. A demanda de matéria-prima, equipamentos e máquinas suscitada pelo extraordinário crescimento da economia chinesa na última década foi um dos motores da economia mundial, além de assegurar emprego na própria China (ainda que, em regiões altamente industrializadas, os salários praticados são vergonhosos, mesmo para padrões brasileiros). O desaceleramento eventual da economia chinesa vai produzir um efeito cascata em todos os países cujos produtos os chineses importam, incluindo, é óbvio, o Brasil.
Quais serão, aliás, os efeitos da crise para o Brasil? Serão certamente nefastos, já que o país orientou o seu crescimento segundo um modelo agroexportador, totalmente dependente das flutuações do mercado internacional. Além disso, a brutal concentração de renda concentrou o controle da economia nas mãos de um pequeno punhado de empresas, a maioria das quais associadas ao capital transnacional ou diretamente controlada por grupos transnacionais. Com um mercado interno frágil (se houve aumento de trabalhadores com carteira assinada no governo Lula, a renda média caiu, isto é, houve o crescimento do trabalho desqualificado), a economia nacional é totalmente vulnerável às oscilações do capitalismo mundial.
E quando o Brasil começará a sentir os efeitos da crise? Já começou, com o congelamento da queda das taxas de juros, assumido pelo Banco Central como “medida de cautela”. Isto é, o Brasil se dispõe a continuar remunerando o capital com as mais altas taxas de rendimento do mundo, por temer que a crise “seque” a fonte de dólares despejadas no país.
Colchão de dólares
As reservas brasileiras somam, hoje, algo em torno de 200 bilhões de dólares. Segundo o governo Lula, isso representa um “colchão” confortável para aliviar os efeitos da crise. Mas se ela realmente se agravar como temem os economistas, incluindo alguns dos mais ardorosos defensores do neoliberalismo, como a revista Economist (que considera a “bolha especulativa” criada entre 2001 e 2005 como a maior, em todos os tempos), então as reservas brasileiras não serão de muita valia, pois todo o modelo econômico será colocado em questão.
A tragédia, enfim, bate às portas do mercado mundial. Exagero? De jeito nenhum. Não por acaso, “mudança” é a palavra de ordem de Barack Obama, o pré-candidato “azarão” do atual processo de escolha dos candidatos à presidência dos Estados Unidos. Com essa simples mensagem, Obama conseguiu reunir as condições para deixar de ser um pré-candidato “exótico” e ver o seu nome seriamente levado a sério. Jovens, intelectuais, dirigentes sindicais e gente simples na rua apóiam Obama, por sentir a necessidade de “mudança”. Todos sabem que, do jeito que está, não dá mais para continuar.
Não importa, aqui, discutir quais são as reais intenções de Obama, nem a qualidade das mudanças que um pré-candidato do Partido Democrata pode, de fato, realizar. O que importa é notar a total rejeição da opinião pública ao emblema máximo do mundo neoliberal: o presidente George Bush. Seu governo foi uma rara combinação de especulação financeira, corrupção e aventura militar, tudo ancorado no autoritarismo e repressão policial, para desembocar, agora, na crise. Se ela servir, ao menos, para colocar uma pá de cal no neoliberalismo, poderá então abrir novos caminhos para a luta de classes, nos Estados Unidos e no mundo.
José Arbex Jr. é jornalista, professor da Pontifícia Universidade Católica (PUC/SP) e doutor em História pela Universidade de São Paulo (USP)
quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008
Cobrecos Maceió
Desde 2006, ano do Cobrecos Recife, o CAVH vem atuando de forma constante nos espaços da Enecos, tendo participado da organização do Cobrecos São Paulo 2007 e mandado 9 pessoas para o Erecom (Encontro Regional dos Estudantes de Comunicação Social) 2007, que aconteceu em Curitiba, além de atuar nas ações tocadas pela regional São Paulo.
Todo esse trabalho culminou na maior participação da Cásper Líbero em um Cobrecos nos últimos anos: mandamos dois delegados e três observadores para Maceió. Pode parecer pouco (e é), mas levando em conta que era um Congresso de oito dias, a 46 horas de distância de ônibus, que muita gente trabalha e etc, conclui-se que nossa participação foi no mínimo considerável.
O Cobrecos definiu os posicionamentos da Enecos para 2008 e alterou o Estatuto da Executiva (ver em enecos.org.br), além de confirmar o Rio de Janeiro como sede do Enecom (Encontro Nacional dos Estudantes de Comunicação), a ser realizado no final de julho. Além disso, foi empossada uma nova Comissão Gestora que ficará na Coordenação da Executiva até que sejam realizadas as novas eleições (inscrições de chapa até maio).
Agora é seguir o trabalho pra aproximar a Executiva do cotidiano dos estudantes da Cásper Líbero pra podermos tocar suas bandeiras: combate às opressões, democratização da comunicação e qualidadade de formação do comunicador.
O que somos? Mal educados
Mal Educados é mais que o nome de uma chapa, mais que um grupo de estudantes decididos a questionar como funcionam as coisas na Cásper Líbero, a levantar problemas e propor debates que levantem soluções construídas coletivamente. Mal Educados é uma definição do que somos, uma condição, é a consciência de algo não vai bem: nossa educação.
Obviamente os problemas na educação não são um privilégio da Cásper, mas temos que começar buscando melhorar o local onde estamos. Na Cásper somos mal educados nas três pernas que formam o tripé da educação superior: ensino, pesquisa e extensão. O ensino é deficiente, há aulas fracas, há descaso pela opinião dos estudantes, não há comunicação entre disciplinas e professores. A pesquisa é ínfima, dá pra contar nos dedos quantos alunos são contemplados, e mesmo estes recebem pouquíssimo incentivo – e bolsas muito baixas. A extensão – que é a forma como a faculdade se insere na comunidade a seu redor – não existe. A Faculdade na verdade é refém do prédio da Fundação, uma ilha vertical onde só entra quem paga. Não há relação com a comunidade, não há troca de experiências: o que se aprende aqui fica aqui. O mundo lá fora? Só um detalhe...
Somos mal educados por uma direção que não dá as caras, que não se importa com o que pensam os estudantes e professores, que se submete voluntariamente a uma Fundação inatingível e obscura, só preocupada em manter suas nebulosas contas em ordem. No fim, nossa má educação é só uma boa mercadoria para eles venderem. Mensalidade subindo todo ano acima da inflação é só um dos sintomas dessa mentalidade que elitiza cada vez mais o perfil dos alunos da Cásper.
Somos mal educados por uma burocracia irritante, por equipamentos insuficientes e carentes de manutenção constante, pelo monopólio de um restaurante caríssimo e de qualidade questionável, por serviços de xerox e impressão que são um teste de paciência, por uma arquitetura que quase impossibilita a interação e o lazer (e os estudos, quando ta calor), pela “catracalização” do espaço acadêmico, onde todo mundo é culpado até que se prove o contrário, onde tudo é filmado e vigiado, onde nem amigo de estudante pode entrar.
Má educação é a que não nos faz pensar, que é pensada e implementada exclusivamente no sentido não de formar cabeças criticamente pensantes mas sim mão de obra reprodutora. Queremos ter empregos sim, mas cabe a nós, Mal Educados, questionar se é só isso, se é possível uma educação que ignore a sociedade a sua volta, se os quatro anos que passamos aqui são só uma forma de parcelar o pagamento do diploma que irá nos credenciar para o mercado, se estamos aqui para criar ou para reproduzir, para fazermos parte de um processo de educação ou para sermos simplesmente educados. Mal educados.
Para colocar essas questões em debate, para buscar soluções não apenas que agradem aos estudantes, mas que sejam construídas em conjunto por todos nós, é que a chapa Mal Educados lança sua candidatura. Acreditamos que o Centro Acadêmico é o instrumento que temos para sermos ouvidos, para nos divertir e organizar, para refletir e trocar experiências. Por isso, mais do que um voto, contamos com o seu apoio e participação para transformarmos o que nos incomoda na Cásper, para sermos sujeitos de nossa educação, e não mais apenas clientes mal educados.
sábado, 19 de janeiro de 2008
Casperianos no COBRECOS
A ENECOS tem três bandeiras: democratização da comunicação, qualidade de formação do comunicador e combate às opressões - as suas ações e formulações visam expandir esses temas para os estudantes, articulando-os para agir. No COBRECOS discute-se esses temas e decide-se quais serão as ações da Executiva para atingi-los.
Para os interessados o site da ENECOS é www.enecos.org.br e do COBRECOS é www.enecos.org.br/xvcobrecos